segunda-feira, 1 de abril de 2013

A História de Roberta e Diego 1ª Fase

Capítulo 6
Ciúmes eu?
Foi um tremendo estrondo. As meninas ouviram pacientemente toda a história. Coisa que não era muito comum vindo delas. Porém diante da gravidade da situação, fizeram uma trégua. Não esperaram muito até subir ao quarto para começarem a remoer cada palavra. Talvez assim alguma solução aparentemente surgiria.
-E aí?
-E aí o que...? -Roberta está distante. Nem percebe a pergunta de Alice.
-Sobre o papo lá na sala, muito louca aquela história...
-É... -Roberta não está mesmo ali.
-Eu tava pensando que talvez a gente pudesse ajudar, sei lá tem um sites que...
-Hã rã... -Roberta observa o céu, como um quadro negro emoldurado pela janela.
-É? -Alice percebe finalmente a situação e resolve brincar. -Então depois eu podia te colocar uns lacinhos com rendinhas...? Ou talvez quem sabe pintar seu cabelo de preto azulado! O que você acha?
-Tá, tá... Qualquer coisa.
Alice leva um susto e fica séria.
-Roberta!!
-Ah, que foi? -A rebelde tranca os dentes.
-Tô tentando falar com você!
-Só que eu não quero falar! -Roberta se levanta da cama, mas ao chegar perto da porta, Alice a chama:
-Eu sei que você tá preocupada.
 As duas deixam o silêncio interferir por alguns segundos. Alice com os olhos rasos, mostra-se triste. Roberta segura a maçaneta da porta, já com um pé na saída.
-A gente perde o chão quando é com a mãe da gente...
-Eu sei Roberta... Mas vai ficar tudo bem...
-É, vai sim.
-Você vai ver que isso tudo vai passar! -Alice levanta a voz como se fizesse um discurso. -Daqui a pouco a Eva vai tá lá nos palcos dando os shows dela!
-Verdade! -Roberta tenta segui-la no entusiasmo. -Afinal ela nem precisa de palco pra dar show! Eva Messi é um show com pernas!
 As duas brincam e riem das maluquices de Eva.
 -Então... Tiau Alice, eu vou lá.
 -Boa noite. -Elas trocam sorrisos serenos.
 Roberta fecha a porta do quarto, mas em seguida volta a abrir:
-Ah, só pra constar: Nem inconsciente eu usaria um lacinho de rendinha tá!
 E novamente bate a porta deixando Alice rindo.

 Entre uma ou outra brincadeira, o alvoroço dos pensamentos vão se acalmando, assim como a manhã começava a desfazer o escuro. Tal escuro que havia sido ainda mais denso naquela noite.
 Diego liga para Pedro. O rebelde não se conforma com que Roberta disse.
 -Ah, a Roberta não me explicou direito. Disse que não era assunto pra falar no telefone.
-A Alice disse a mesma coisa. Mas eu não tô a fim de passar o domingo longe dela.
-Ah, nem eu! Mas se ela não pode vir eu vou lá!
-Então partiu?
-Partiu! Casa da sogra! -Diego ri.
-É isso aí. Se a montanha não vem...
-Entendi Pedro... Te encontro lá. Tiau. -Diego desliga o telefone.
-Ah, é assim é? -Pedro olha para o celular. -Então vamos ver! -Tá pensando o que? Eu ein...-Ele pega a mochila, vai saindo e falando sozinho ao mesmo tempo.

 Durante aquela tarde, depois que algumas horas haviam se passado, um violão é suavemente dedilhado na na casa dos Maldonado sem que nada o impeça.
 Dedos finos envolvendo com suavidade, traçam uma melodia sem voz, realmente tranquila e boa de ouvir.
 A porta se abre e elas se encontram pela primeira vez:
 -Quem é você?
 A menina levanta do sofá com um sorriso simples e simpático. Roberta a observa, e no pouco tempo que tem para fazer isso, capta cada detalhe. As roupas são simples, mas é de perceber que mesmo um jeans e uma camiseta haviam sido bem pensados. Não usava nada nos cabelos. O castanho claro deles escorria pelos ombros magros. Os olhos eram escuros e os lábios assim como o nariz eram pequenos. O rosto tinha um bonito formato. E sim, era de se admitir sua beleza.
-Oi, eu sou Marina. Você deve ser a Roberta!
 A rebelde não tem tempo de responder. Diego chega antes mesmo que ela se desfaça da surpresa.
-Roberta? -Ele desce as escadas ao seu encontro e lhe dá um beijo. Daqueles selinhos bobos de encontro. -Own, minha linda! Eu ia lá te ver, achei que não viria!
 Roberta não muda de expressão. Continua normal, somente a avaliar serenamente a cena por cima.
-Roberta essa é a Marina.
A menina acena com a mão, e continua a sorrir.
-É, ela me disse.
-Uau, ela é bonita mesmo Diego. Muito mais do que você me disse.
-Não é? -Diego abraça Roberta.
-Parece até que eu te conheço, acredita? -Marina continua. -Ele me disse tudo sobre você. Disse que canta super bem! Quem sabe um dia a gente possa fazer um dueto?
-Ah, você também canta é? -Roberta continua na mesma.
-Sim, mas prefiro tocar. Eu amo violão. Toco desde pequena.
Roberta observa o violão de Diego que esta seguro nas mãos dela.
-Gostou desse? -Roberta muda ligeiramente o jeito.
-É gostei. -Marina parece não entender realmente a pergunta.
-Ele é bonito não é?
-Não é só bonito, vale à pena ter um desse. -Ela faz uma pausa. -As cordas tem um som magnífico, um ótimo instrumento.
-É... Mais esse não é seu! -Roberta diz tranquila, embora com um tom de desafio.
-Roberta! -Diego interfere.
-Ah, que foi? -A rebelde sorri.
-Ela está certa Diego, um músico tem que ter seus próprios instrumentos. Bem eu já vou. -Marina continua com a mesma simpatia de antes e parece não se abalar ou sentir qualquer diferença com o comentário. Atravessa a porta, se despedindo amigavelmente de Diego, enquanto Roberta se joga de costas no sofá agarrada a uma almofada.
 Ao voltar, o rebelde levanta as pernas dela colocando-as em seu colo.
 -Que foi aquilo? -Ele diz intrigado.
 -Que foi o que? -Roberta olha por cima com um sorriso traquina, enquanto brinca com a pontinha da almofada.
 -Parecia ciúmes... -Diego também sorri no mesmo compasso.
-Ciúmes eu? Claro que não. -Ela faz bico enquanto sente as mãos dele apertarem seu joelho.
-Roberta...
-Hum...?
-Eu sei que você não tava falando do violão!

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