terça-feira, 9 de abril de 2013

A História de Roberta e Diego 1ª Fase

Capítulo 12
Jonas descobre o segredo
Diego já havia se esquecido daquela situação. Eram muitas coisas acontecendo em um só dia. E convenhamos que se lembrar de algo desagradável é sempre a última opção em meio às alegrias.
-E aí? -Roberta insiste.
-Bom, a gente  queria procurar pistas.
-Sei... -Ela não leva à sério. -Que pistas Diego?
-Sabe os bilhetes que você anda recebendo?
-Hã?
-Eu e o Tomás...- Diego junta as mãos e explica. -A gente pensou que se alguém entrou lá, talvez pudesse ter deixado pistas.
Roberta dá um meio sorriso e olha pelo canto do olho sugerindo se não teria algo a mais nessa história.
-Então foi só isso?
-Foi... -Diego olha pra baixo um instante. -O que? Você não tava achando que eu fico te espiando né?
-Claro que não. -Ela vão abaixando a voz e sorri.
 Diego chega o rosto já em uma expressão mais aliviada. A aproximação da boca dele faz Roberta fechar os olhos e ir de encontro ao beijo. Os olhos não fazem falta quando o coração já aprendeu o caminho.

 Entre o deitar no ombro, o cheiro do cabelo alheio espalhado sobre o abraço. Entre um ou outro toque, sensações do outro e arrepios pela espinha, o namoro gostoso da noite vai se tornando um simples intervalo do resto do sono que se aproxima. É a hora de partir.
 Vão devagarinho, passo a passo sem querer se deixar. Beijo na testa em frente a porta do quarto. Mão na cintura a apertar por uns minutinhos que ainda são necessários.
-Então amanhã a gente conversa com o Jonas não é? -Diego não havia esquecido.
-Ok.
 Um último olhar e um último beijo. Já é hora de dormir, mas Roberta vê algo diferente no jeito de Diego.
-Quer me dizer alguma coisa?
Ele balança a cabeça.
-Não...
-Certeza?
-Onde é aquela pinta? -Diego não resiste.
 Roberta levanta a cabeça rindo.
-Pode deixar que tá quase chegando o dia de você ver.
-Sério? -Ele provoca.
-Todas.

 Roberta realiza uma fuga rápida para o quarto, deixando Diego com certas fantasias na mente. Uma sensação de que era pouco demais para o corpo se conformar somente com os pensamentos.
 Mas era assim até o dia traçado por ela, ou por ele, ou por ambos ou por nenhum! Sabe lá que dia seria, mas talvez já estivesse escrito esse roteiro em algum lugar. Só estava lá esperando por eles no momento e local mais certos que os da imaginação.


 Durante a aula da manhã Marina conversa no fundo da sala. Roberta a observa de longe, mas nem parece ser notada.
-Você não me engana...
-Falando sozinha Roberta?
-Melhor falar sozinha que me fazer de miss simpatia como algumas.
-Para com isso! Você nem conhece ela! -Carla repreende a amiga.
 As duas se sentam. Mas ao se virar, Roberta e Marina trocam olhares muito distintos. Um delicado como uma seda e outro selvagem como um tufão. Creio não ser preciso especificar de quem eram.
-Eu adorei seu jeito de ser, sabia? Diferente dos caras do meu colégio.
-É?
-Verdade! -Marina é toda elogios com o garoto. -Você é especial.
-A gente podia sair no sábado!
-Claro! Eu ia adorar.
 Ao deixar mais um menino tonto, ela segue até sua carteira. A aula estava para começar.


  Os dias no Elite Way parecem render nesta semana. Tudo funcionando as tão bem que nem parece bom prenúncio.
 Ao pensar assim, Jonas nem imaginava que teria quatro dos rebeldes em seu escritório em plena manhã.
-Quem fez o que desta vez? -Jonas leva a mão à cabeça e esfrega o rosto.
-O negócio é o seguinte. -Alice toma a frente. -A Roberta tá recebendo um bilhetes...
-É, e vem escrito "Eu vou te pegar" neles. -Diego completa.
-Gente eu não preciso de tradutor não!
-Roberta me explica isso direito, por favor! -Jonas está impaciente.
-Pelo que eu vi, a história é longa, é melhor a gente se sentar. -Pedro propõe.

 O diretor, assim como os amigos, ouve atento cada palavra de Roberta. Enfim os segredos são postos à mesa e diretamente onde sempre deveriam estar. Sem mais mistérios por hoje.
-Então o local onde sua mãe foi fazer show foi invadido? -Jonas fica boquiaberto.
-É, e minha mãe ficou muito mal! -Roberta mostra preocupação. -Isso nunca aconteceu então, eu acho que ela ficou chocada! O cara foi muito violento, fez ameaças e depois disso, o Franco fez ela cancelar os shows e até contratou um segurança pra mim e pra Alice, com medo do que o cara disse pra minha mãe.
-Mas o que ele disse?
-Que ninguém da nossa família estava seguro.
-Mas ele não foi preso?
-Foi. Mas o Franco acha que tem outras pessoas envolvidas nisso.
 Jonas para um momento e avalia toda a situação antes de recordar o primeiro fato que chegou aos seus ouvidos quando os quatro chegaram em seu escritório.
-Mas afinal de contas, o que esses bilhetes tem a ver com tudo isso? Vocês não acham que eles tenha uma ligação com isso, não é? Ora, isso é ridículo!
-Não, claro que não. -Roberta afirma e os amigos apoiam o pensamento.
-Então? -Jonas se confunde.
-É que se a minha mãe e o Franco ficam sabendo desses bilhetes, eles vão logo pensar que tem a ver. É melhor que seja esclarecido agora, antes que eles chamem a polícia por causa de uma brincadeira de algum idiota sem noção.
-Correto. -Jonas parece satisfeito. -Vocês podem ir. Eu tomarei as devidas providências.
-E o que o senhor vai fazer? -Diego tem a mesma impaciência.
-Acalmem-se e deixem por minha conta.
 Os amigos saem não vendo outra opção. E apesar de não levarem muita esperança em Jonas, o que era para fazer já estava feito. A consciência estava tranquila e a verdade estava toda por cima dos fatos, como sempre deveria estar.
 Na sala, Carla anda de um lado pro outro.

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