terça-feira, 9 de abril de 2013

A História de Roberta e Diego 1ª Fase

Capítulo 13
Diego advogado

De um lado, uma grande felicidade. De outro um grande problema. O primeiro ouvido disponível que passasse seria presa certa.
-Que foi? Vai fazer um buraco no chão desse jeito!
-Você precisa me ajudar Alice? -A rebelde continua muito ansiosa.
-Calma, ajudar em que?
-É que hoje eu tenho que fugir pra ensaiar outra vez!
-Mas ontem a gente te ajudou e deu super certo. Tá preocupada com o que?
-É porque a coordenadora quer que eu leve um responsável!
-Putz... -Alice vê o tamanho da encrenca.
-E é o seu pai que está como meu responsável no lugar da Beck! O que eu vou fazer amiga? -Carla se entristece.
 Alice pensa:
-Mas tem a Eva!
-A Eva? -Carla não mostra muito confiança.
-Eu sei que ela é louca, mas é uma louca do bem. Ela vai te ajudar. Eu vou ligar pra ela.

 O instante é de muitos acontecimentos em paralelo e são poucos os observadores. Não há parada para intervalo.
 Uns sapatos negros entram de manso no quarto. Aflitos, caminham à procura de algo na cômoda, mas não encontram. Vasculha as gavetas e o armário das meninas. Em alguns minutos o alvo é encontrado. Mais alguns detalhes e agora é só esperar.


 No intervalo após o almoço, uma conversa agradável entre prováveis amigos é interrompida.
-Oi!
-Tudo bem João?
-Tudo bem Diego. Na verdade, eu queria falar com a Marina.
-Comigo? -A menina é ligeira na resposta.
-É. Pode ser em particular?
 Diego olha para Marina com uma expressão de quem não a estava prendendo.
 Ela se levanta e segue com João. Traçando em seguida, uma conversa discreta perto da escada. A menina fala pouco, não é possível ouvir nenhum dos dois, mas mesmo de longe é óbvio o espanto no rosto do garoto.
 Diego observa a conversa de longe, até que Roberta chega e se joga ao lado dele e o distrai. E entre um carinho e outro, ele perde o que vem em seguida:
-Eu já disse que não!
-Tá doida garota? -João se enfurece com a exaltação de Marina.
-Me deixa em paz, eu mal te conheço!
 Diego se levanta num impulso e vai de encontro à confusão pré-iniciada.
-Fica fora disso!
-Não, não fico não João. Ela é minha amiga!
-Diego, você não tem nada com isso! -Deixa que eles se acertem. -Roberta não fica de fora.
-Essa garota tá achando...
-Ela acha o que ela quiser! -Diego não deixa João terminar. -Vai embora e deixa ela em paz.
-Diego! Deixa eles! Você nem sabe o que tá rolando! -Roberta insiste, incomodada com o ato de defesa do namorado.
 Marina baixa a cabeça e fica sem fala. Todos tem a impressão de que chora. Antes que constatem isso a garota sai correndo ressentida. João permanece confuso e irritado.
-Ei espera! Diego onde você vai?
-Vou atrás dela ué!
-Nada disso! -Roberta exige.
-Me espera que eu já volto!
 A rebelde fica sem reação vendo Diego partir atrás da menina. Ao lado de João ela quer enfim saber:
-O que aconteceu afinal?
-Ah, esquece Roberta. Não vale à pena... -João sai emburrado, sem ao menos fazer questão ouvir.
 Brava, Roberta nem percebe Carla se aproximar toda animada.
-A Alice ligou pra sua mãe Roberta!
-Eu não acredito em uma só lágrima daquela lombriga!
-O que? -Carla se assusta. -Roberta eu preciso que você me ajude!
-Ah, mas eu ajudaria ele a esmagá-la com todo prazer, mas o Diego impediria. -Roberta pensa alto.
-Você e a Alice brigaram?
-Foi uma cena ridícula! -Roberta olha em frente com os braços cruzados.
-Ainda bem que você reconhece que suas brigas e da Alice são...
-Ei Carla, o que você tá fazendo aqui? -Roberta então acorda. -Vamos! Tá na hora de você ir pro seu ensaio!
 E ela sai correndo, puxando  pelo braço a amiga que tropeça, até tonta do confuso diálogo.

 No jardim, atrás de uma árvore, um choro baixinho e tristonho é alvo de pena. Os cabelos lisos e rasos impedem que Diego veja o rosto abalado. Mas ele acreditar perceber o que acontece.
-Essa não é a melhor maneira de enfrentar as coisas.
-Ai, você me assustou... -Marina segura os braços, como se abraçasse seu próprio corpo.
 O rebelde comovido, encosta na árvore ao seu lado.
-O que aconteceu entre você e o João?
-Ele não era como eu pensei. Eu tentei me aproximar dele, pensei que ele fosse diferente.
-Mas o que ele fez? Ele foi estúpido com você? Se quiser eu falo com ele! -Diego faz tom de herói.
-Não! De jeito nenhum! Já passou. Eu não vou mais me preocupar com isso. Mas obrigada, você é um ótimo amigo.
-Ah, não tem problema! -Ele sorri.
 A menina pula em seu pescoço e lhe abraça.
-Ai, Diego! A Roberta não ficou bolada porque você veio atrás de mim não né?
-Não...-Ele fala confiante. -A Roberta não tem ciúmes. Vem, vamos que a gente tem aula. Você vai lavar esse rosto e vai pra aula comigo.
 Marina fica sorridente e acompanha Diego. A amizade sem maldade ou segundas intensões, de ambas as partes é o que se espera receber. Mas junto com ela o que mais não era esperado? Talvez a inocência traga algo disfarçado, como uma rosa com seus defensores naturais.

 As horas tensas da fuga de Carla haviam passado. O sucesso e o cansaço de Alice e Roberta se vê a quilômetros. A porta do quarto é batida de uma só vez, assim como as costas exaustas de ambas nos colchões da cama.
-Ai, tô morta!
-Nem vem Alice, que isso é a semana toda até o dia da competição.
-Ei! -Alice estranha algo no quarto.

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