quarta-feira, 3 de abril de 2013

Conto

O amor em que acreditamos - 1ª Vez de Roberta e Diego

Há um momento em que tudo parece perdido. Em que as dores não trazem aprendizado, somente um dissabor. Os olhares magoados e as vezes em que nos pomos a desistir de pensar, para agir com o ciúme, com a raiva... Todos esses momentos passam, se apagam. Isso quando o Amor é mais forte que o próprio entendimento.
-Seus olhos estavam dentro dos meus, eu me lembro bem...
- É? Você se lembra? -Ela o beija.
- Os mais lindos que eu já vi! - Ele retribui o beijo.
- Tanta coisa aconteceu que me dá até...
Ele interrompe:
- Nada disso! Já passou... E eu te amo.
Eles se olham. Roberta se deita e abraça Diego muito forte.
- Que foi Roberta?
- Eu quero passar toda a noite assim com você.
- Toda a noite?
- É...
- Roberta, a gente tem que voltar pro colégio!
- Não... Eu não quero... - Ela faz bico e se aconchega.
- E a gente vai ficar aqui?
- Porque? Não gosta do meu quarto? -Roberta levanta o rosto e dá aquele sorriso apetitoso que Diego não consegue resistir. Ele volta a beijá-la, só minuciosamente, como quem prova colherada por colherada um sabor muito desejado.
- Mas e a Eva e o Franco?
- Eles não sabem que fugimos do colégio, que estamos aqui... E nem vão voltar hoje mesmo...
- Como você sabe?
- Dona Eva Messi tem show hoje e o Franco tá acompanhando ela sempre agora. Ao menos quando consegue né...
- Então? O que você quer fazer?
Roberta se levanta deixando Diego apreensivo. O rebelde, com um meio sorriso, fita Roberta em cada detalhe de sua aproximação. Eles chegam os lábios mas não se tocam. Ela fecha os olhos e ele então começa a brincar com os beijos. Esses se espalham pelo rosto dela, descem ao queixo, rodeando a boca.
- Você quer? -Diego respira forte.
- Nunca quis tanto como eu quero agora...
Diego e Roberta sentam-se frente a frente sobre a cama. As pernas dela se sobrepõe as dele. Eles tiram pouco a pouco o que lhes cobre a pele. A cada movimento os beijos vão apagando os pensamentos, e as mãos vão apagando a razão.
A mão dele a sustenta pela nuca enquanto lentamente se deita sobre ela. Um beijo é levado junto. O corpo vai sedendo e se fragilizando à medida que se entrega.
O tempo difícil aumenta o amor, aumenta a paixão, o desejo...
O quarto sozinho podia segredar aquele momento eternamente. O momento em que tudo que a alma quer é o suor, é a lágrima. É um doce sentido perdido que as mãos tentam procurar no tato, que a boca tenta procurar no paladar. Os olhos tentam loucamente captar todos os detalhes e enquanto isso,  os ouvidos se tornam portais para as palavras que acariciam o coração.
Via-se a tarde fechando as cortinas e os braços se laçando. Sobre os lençóis ombros nus se arrepiavam, e alguns breves sorrisos estremeciam o coração.
E por toda a noite ficaram como era  o desejo de Roberta. O cheiro do outro era sentido a cada ar que se aspirava, assim como os batimentos do peito e o suor da pele...
E por um segundo tudo foi assim, mais do que um sonho e menos do que se possa traduzir do Amor.
Aline Stechitti

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