segunda-feira, 15 de julho de 2013

A História de Roberta e Diego 1ª Fase

Capítulo 21
Onde está Roberta?

 Todos ficam nervosos. Vicente não entende nada.
-Eu acordei no loft! Eu não me lembro como cheguei lá! Mas vocês estão bem?
-Pior que não! A Roberta sumiu! -Carla chega no assunto.
-Como sumiu?
-A gente não sabe Marcelo! Ela torceu o pé quando a gente tava fazendo rapel e o Diego ia levar ela no médico, mas quando a gente chegou aqui ele tava desesperado dizendo que ela tinha sumido enquanto ele ligava pra Eva!
-Mas como ela iria sair com o pé machucado? -Vicente pensa.
 Alice e Carla são as únicas ali e tentam montar o quebra-cabeças.
-Não, ela não conseguia andar né Alice?
-Não, o Diego tava praticamente carregando ela!
-Então isso só pode significar uma coisa.
-O que? -Todos olham para Marcelo.
-Que ela só pode ter sido levada por alguém.
 Um breve silêncio é feito arrepiante.

Bem longe dali, Eva e Franco aproveitam a tarde que começa a chegar fresca. Na sala de estar, tendo a casa somente para eles é o momento ideal para namorar. Mas Eva interrompe.
-Que foi?
-Não sei... -A cantora leva a mão ao peito. -Tô preocupada com a Roberta bebê!
-Você?
 Eva olha admirada com a reação de Franco.
-Eu me preocupo muito com a minha filha!
-Não, claro, eu sei. Mas você sempre foi tão confiante e liberal com ela.
-É por que eu confio nela! Além do mais prender filho não dá certo, eles acabam fazendo as coisas escondidos da gente e...
-Então o que está te preocupando?
 Eva tem um rosto muito aflito, não sabe como se posiciona, as mãos se apertam. Levanta do sofá ansiosa.
-Eu sinto que aconteceu alguma coisa com ela. Tô sentindo!!
-Calma eles devem estar chegando, o Vicente está com eles e...
 O telefone toca. Eva atende.
-Roberta? -Eva ouve atenta e Franco percebe que ela começa a desabar em desespero sobre o sofá. -Mas quem é você?
 Franco toma o telefone das mãos dela e assume a conversa.
-Escuta aqui, diz logo o que você quer! Nós não estamos para brincadeira!
 A campainha toca e Eva vai correndo atender. Os rebeldes entram acompanhados de Vicente e Marcelo.
-Cadê minha filha?
 Todos ficam em silêncio sem saber o que dizer. Diego mal consegue reagir.
-A culpa foi minha. Eu deixei ela sozinha.
-Não, Diego. -Vicente tenta consolá-lo. -Isso parece que tava preparado, você não podia evitar.
-Ah, meu Deus! -Eva começa a passar mal. Todos ajudam Marcelo a levá-la para o sofá.
 Franco fica perdido mas não pode deixar o telefone. Ao final depois de em alguns minutos apreensivos de muito nervosismo ele dá a notícia.
-A Roberta foi sequestrada.

 Os olhos, portais por onde podemos ver os sentimentos, às vezes nem precisam ser reparados. Nitidamente podemos perceber a dor emocional saltar deles, mostrando na sensação de impotência, todo desequilíbrio de quando não podemos proteger quem amamos.
 Diego volta para casa com seu pai e encontra Silvia com seus irmãozinhos na sala.
-Eu não posso ficar aqui enquanto a Roberta tá sabe Deus onde!
-Você não pode fazer nada filho. -Leonardo abraça Diego.
-O seu pai tem razão a polícia vai resolver isso! Nesses casos a gente não pode fazer nada...
 Diego sobe as escadas sem ao menos responder, está acabado. Silvia e Leonardo ficam na sala com as crianças. Preocupados eles conversam sobre o ocorrido. Em todo lugar não tinha assunto mais comentado.


Ao chegar ao loft, depois de uma longa estada na delegacia, Vicente está atônito.
-Não fica assim cara!
-Eu nunca imaginei uma coisa dessas Marcelo! Me doparam e me afastaram do acampamento para sequestrar a Roberta!
-Ela é filha de uma artista famosa, casada com um empresário muito rico, essas coisas acontecem com pessoas assim!
Eles se sentam e começam a conversar.
-É... Mas é horrível ver que isso não acontece só na tv, no jornal da tarde!
-Mas o Franco contou que o camarim da Eva tinha sido invadido e que a Roberta tava recebendo bilhetes anônimos no colégio. Depois do sequestro os garotos contaram tudo!
 -Pois é... Mas ainda tem muita coisa por trás disso.

 Ao se olhar, os professores percebem que existe muito a ser estudado neste caso, e que cada peça seria fundamental para se descobrir quem estava por trás desse sequestro. Eles continuam a reunir cada detalhe e tentam chegar a alguma conclusão, enquanto que voltando à casa de Leonardo, alguém já não quer esperar.

 Mochila nas costas, ele caminha rápido, tendo a noite negra de companhia.
 Ofegante, ele corre até o portão e foge sem deixar vestígios. Já é madrugada, mas Diego não aguenta mais nem um segundo sem notícias de Roberta. Não tem nem uma gota de sono, e está preparado para enfrentar todo o mundo e recuperar a pessoa que mais ama na vida.
 Ele volta ao local do acampamento sozinho, a trilha escura é fácil para alguém se perder, mas ele não se importa. Tudo o que quer é achar pistas. Ele ouve um barulho e se abaixa entre as folhas.
-Isso parece éter. Pode ter sido usado para dopar o professor e a garota.
 Diego observa os policiais conversando e se afasta com medo de ser visto.
-Recebemos uma pista. O local é...
 Diego tenta ouvir mas não consegue direito. Então se aproxima.
-Esse local não é perto da serra norte?
-É sim. Tem umas casas lá, são afastadas de tudo, vamos lá pela manhã, temos que acabar de recolher as pistas. -Eles continuam conversando. Dois deles estão do outro lado com lanternas procurando entre tudo que os rebeldes haviam deixado no lugar: Barraca, restos de lenha da fogueira, alimentos, roupa...
 Diego nesse momento já está longe dali. Os cães poderiam farejá-lo a qualquer momento, então alguns segundos eram tudo que ele podia arriscar. Agora era encontrar de qualquer maneira o caminho para o possível cativeiro. Andando, correndo, voando! As asas que batia eram aquelas que o coração acelerado tinha, na firmeza dos olhos que debaixo da lua cheia se guiavam sem ao menos saber para onde. A procura seria feita até a última fronteira.
-Eu vou te encontrar... -Dizia ele ao silêncio.
Ela voltaria para os seus braços ou Diego morreria à sua procura.

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