quarta-feira, 17 de julho de 2013

A História de Roberta e Diego 1ª Fase

Capítulo 25
De volta ao Elite Way

O tempo passa assim conforme tem que ser, lento quando queremos que corra, e correndo quando queremos que pare. Porém só uma coisa é certa, só ele sabe a verdade e é só ele que sabe mostrá-la como é.
 Vai ser seu primeiro dia de aula após todos os problemas. E não parece ter mudado nada.
-Tiau mãe! -Roberta desce as escadas acompanhada de Alice.
-Filha? -A cantora fica espantada.
-Ela não quis me ouvir Eva.
-Filha mas não faz nem três dia que...
-Você sabe que eu odeio ficar trancada mãe!
-Mas no colégio você também vai estar praticamente trancada ué! -Alice argumenta.
-Ah, já entendi... -Eva se joga no sofá.
-Ah é? porque eu não!
-É simples Alice!
 A menina olha ainda sem entender.
-Ela prefere o colégio pelo mesmo motivo que você...
 Alice franze a testa e fica olhando pra baixo enquanto morde a pontinha da unha.
-Mãe eu vou indo, porque até o cérebro da Alice pegar no tranco já anoiteceu! Beeeeijo!
 Mesmo preocupada Eva não impede que ela vá.
-Será por que lá tem a banda? -Alice continua no meio da sala pensando.
-Alice...
-Oi.
-Você faz o que no colégio quando não tá estudando ou ensaiando com a banda?
-Ah, fico com as minhas amigas... como o Ped... -A menina se liga. -Ah pelo Diego!! -E dando meia volta ela sai correndo e gritando para que Roberta a espere. Realmente é um bom motivo para ter preferência por um colégio interno em vez da casa.
 Eva fica rindo da cena, mas logo o sorriso diminui na medida que volta a ter o pensamento borbulhando. Não seria possível amarrar a filha ali, apesar de ser sua vontade. Nada parece mais seguro, mas é preciso se segurar firme e aceitar que mesmo quando nos preocupamos, prender é provocar sofrimento. Se apegar é correr riscos todo o tempo. E é preciso ter isto em mente sempre.

 Ao chegar nos portões do Elite Way, Roberta respira fundo.
-Ele não tá aqui Roberta, não se preocupe.
-Quem disse que eu to preocupada? -Roberta é hostil com Alice, mas se arrepende. -Tá, eu me sinto estranha...
-Ainda tá muito recente, você não devia...
-Eu não sou de fugir Alice, eu sou de encarar e você sabe! -Roberta mostra a que veio. -Mas não tiveram notícias do Binho?
 As duas caminham enquanto dialogam.
-Parece que ele sumiu. Nem os pais dele sabem onde ele anda, mas também, nem parecem ligar pra isso...
-Eles realmente não se importam.
 Ao avistá-las, Diego, Carla, Tomás e Pedro vem de encontro já sorrindo e aprontando o abraço. Reunidos ali, os seis outra vez sentem a força que unidos eles tem.
 Téo e Márcia também se aproximam.
-Que bom que você voltou!
-É bom tá de volta cunhadinha! -Roberta ri e abraça Márcia.
 A alegria vai tomando conta desse instante. Só não era esperado, ao menos por ela, a situação a seguir:
-Roberta!
 Marina corre até a rebelde eufórica, como se fosse sua melhor amiga. Roberta se detém do abraço completamente perplexa.
-Que isso garota, tá doida?
-Me desculpa. -Marina recua sem graça. -Eu só fiquei feliz de ver que está bem.
-Eu tô ótima se quer saber! -Roberta é rude e Diego intervém.
-Roberta! -Ele chama sua atenção. -Foi graças a ela que eu te encontrei sabia?
-Eu não duvido nada que ela esteja metida nisso tanto quanto o ordinário do Binho! Talvez sejam até cúmplices!
-Eu? -A menina fica chocada com as palavras de Roberta, talvez não estivesse esperando que fosse tão direta e lhe jogasse uma acusação dessas na cara. Mas essa é a Roberta.
-Pessoal, eu acho que é melhor a gente entrar, a aula já vai começar. -Téo resolve acabar ali com algo que logo poderia evoluir para uma longa discussão.
 Roberta dá a mão a Diego e em companhia de todos os seus amigos entra no colégio de queixo arrebitado. Porém ao se virar, faz questão de dar uma última olhada para Marina, que permanece só e triste no jardim. As mãos cruzadas lhe davam a impressão de ser uma menina insegura e meiga, mas mesmo assim Roberta não conseguia sentir afeto por ela. Nem sequer pena.

 O dia passa e Roberta não deixa de ser a principal atração do dia. Todos a olham e comentam.
-Isso já tá ficando chato!
-Calma, isso já já passa. -Carla acredita.
-Se eu soubesse nem tinha voltado.
-Hã?... E ia me deixar aqui sozinho? -Diego brinca.
-Não... Claro que não... -Ela o beija.
-Ei vocês dois! -Carla os repreende. -A gente tá na cantina esqueceram? Aqui ainda não pode beijar na boca não!
-Ah, esses dois esquecem do mundo quando estão juntos...
-Ah tá, e você e o Pedro não né? Não veria uma pedra nem que ela estivesse caída no seu nariz!
-Ei, ei, ei! -Carla para a briguinha das duas. -Eu tenho uma coisa importante pra contar!
 Eles ficam esperando que ela acabe com o suspense.
-Hoje é dia da minha apresentação de dança!
-Sério Carla?
-Sério! Mas não é nada oficial, é pra apresentar a escola e tudo mais, só pra divulgação! Mas eu quero todo mundo lá! É muito importante pra mim, muitos nomes importantes vão me assistir! Eu vou precisar do apoio de vocês!
-E a gente vai tá pra te apoiar, né galera? -Pedro se adianta.
-Lógico! -Todos concordam.
-Mas só tem um probleminha...
-Qual Carlinha?
-É que a gente vai ter que fugir Tomás...
-Mas esse tempo todo a gente não tá te ajudando a fugir?...
-Eu sei, mas agora é diferente, não vai ser só eu pra fugir, mas nós seis.
 Os rebeldes percebem que aí já fica mais difícil. Eles pensam em uma maneira de fazer isso enquanto ideias das mais variadas vão surgindo.
 A tarde eles combinam então de se reunir no porão e tramar tudo. Após alguns minutos eles retornam um por um à sala de estar e passando mal!
-Que você tem Tomás? -João é o primeiro a notar.
-Ai, cara, eu não sei...
-Quer ajuda pra ir até a enfermaria?
-Não, não precisa. -O rebelde se curva segurando a barriga.
-Ei cuidado, não vira desse jeito não! -João sai de perto.
-Nossa João eu to passando mal cara!
-Ah, mas se são você já toca o terror, imagina doente!
 Tomás continua se contorcendo.
-Eu vou subir pro banheiro.
-Então tá... -João volta a sentar no sofá e observa Tomás subir. A cena é cômica apesar de tudo.
 Diego e Pedro chegam e também tem um jeito estranho.
-Vocês também? -Juju e Sosô vão até eles.
-É, parece que a janta fez mal...
-Se quiser a gente cuida de vocês meninos...
-Obrigada Juju, mas as nossas namoradas vão cuidar da gente. Né Pedro?
-Verdade Diego. -Eles se escoram um no outro. -Vamos que elas devem tá esperando a gente.
 Depois dessa todos ficam rindo das meninas. A cara delas, se não merecessem, seria de dar pena.
João ri junto com os amigos, mas se levanta segundos depois e virando o corredor alguém lhe segura pelo braço.
-Você? O que quer?
-Eu preciso conversar com você.
-Agora?
-É, vem! -Roberta o arrasta até a sala de aula vazia.
-Fala! -João realmente não faz ideia do que Roberta tenha para lhe falar.
-Você ia sair com a Marina uma vez não ia?
-Ah... -João vira o rosto. Não aparentava simpatia pela menina.
-O que ela fez?
-E pra que você quer saber?
-Me fala, é muito importante. Eu não vou contar pra ninguém, você sabe que eu não faço isso.
-Eu sei...
 Roberta fica esperando e torce pra que João largue mão do orgulho e lhe conte toda a história.
-Tá bom, eu vou te contar, mas você vai me prometer que ninguém vai ficar sabendo.
 Roberta garante isso e então ele conta detalhadamente o que houve.
-Então ela chamou você e outro cara pra sair, mas deu bolo nos dois? Eu sabia que ela era uma... -Roberta se contém para não terminar a frase.
-Ela tá com um cara que não é do colégio. -João acrescenta. -No dia que ela deu aquele show na sala de estar eu tinha chamado ela pra conversar, mas do nada ela começou a fazer escândalo! Garota maluca! Eu só queria saber se ela tinha namorado! Afinal foi ela que me chamou pra sair!
-Obrigada João. -Roberta sai rapidamente e não dá tempo para que o garoto lhe empeça.

 Chega a hora. Os rebeldes se aproximam do muro. Pedro é o primeiro a subir e ajuda Alice a descer para o outro lado. Todos os casais fazem o mesmo e conseguem por fim escapar.
-Será que a desculpa de passar mal colou?
-Isso a gente só vai saber quando voltar Alice! -Carla se mostra tranquila.
-Também isso não importa. O importante é a gente não perder sua apresentação!
 Eles conversam enquanto caminham. Haviam combinado o táxi próximo ao colégio e ainda estava cedo.  Segurando em sua mão Roberta percebe que Diego está calado.
-Que foi?

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