sábado, 12 de janeiro de 2013

Conto

Silêncio na Água- 1ª Vez de Roberta e Diego

A festa de Bia está a todo vapor, a banda Rebeldes acaba seu show e é muito aplaudida. Diego porém, não consegue sentir a mesma emoção que os amigos sentem. Isolado em um canto e de cara amarrada, ele vê Pilar se aproximar:
-Não fica assim Diego, aproveita um pouco a festa.
-Valeu Pilar, mas não dá.
Ao ver Roberta se aproximar o rebelde abraça Pilar para provocá-la. Ao presenciar a cena Roberta sai da festa. Mas Binho reage diferente e parte pra cima de Diego.
-Solta ela!
Os dois ficam nervosos.
-O que que foi Binho?
Eles começam a trocar ofensas e provocações, mas os amigos não deixam Diego avançar sobre Binho.
O rebelde se impõe, levanta a cabeça e resolve não se rebaixar atacando o vilão. Mas sem motivos para festejar, ele resolve voltar ao colégio e ficar sozinho para pensar um pouco.
São tantas ideias, tantos sentimentos de amor, de mágoa, de confusão e ciúme. O corredor daquele lugar parece ainda maior com o silêncio, e ao mesmo tempo muito pequeno para tanto barulho que leva dentro de si.


-Você? -Diego tem uma surpresa.
-Que foi? Nunca me viu?- Roberta responde com hostilidade.
-Realmente...Se essa é você eu nunca te vi!
Os dois trocam olhares duros. As bocas se trancam a cada ofensa. Diego sai e Roberta então se desfaz. Ela desliza seu corpo pela parede e chega ao chão se curvando sobre os joelhos e levando as mãos à cabeça.
A raiva e a dor consumia as forças e os sentidos naqueles segundos em que os dois não sabiam o caminho para se encontrar.


A água está calma e o colégio timidamente calado. Os pés descalços caminham sem pressa até a beira da piscina. Os ombros se desfazem do hobby branco que vai ao chão. Todo o peso fica ali jogado e na água somente uma leve sensação de paz.
Antes de chegar ao outro lado da piscina ela vê Diego sentado com os pés na água. Ela recua e ele grita:
-Vai fugir?
Ela fecha os olhos e busca forças para vestir o personagem antes de se virar.
-Eu nunca fujo!
-Não é o que tá parecendo.- Ele pula na água.
Roberta se afasta mas ele continua a se aproximar. Ela engole seco e perde a reação com a atitude inesperada.
Ao chegar na parede da piscina Roberta estremece, pois Diego continua a se aproximar sem pronunciar palavra alguma. Ele firma um braço de cada lado da mesma parede e a encurrala.
-Me deixa sair Diego!- Ela diz impaciente, e ao mesmo tempo zangada e confusa.
Ele continua quieto com o rosto muito sério e centrado nela. Ela então tenta empurrá-lo, mas ele agarra seus pulsos.
-Eu vou gritar!
Diego põe incessantemente os olhos em Roberta. Os pulsos dela, que estão seguros em suas mãos, começam a ceder. Ele desliza as mãos muito devagar até as mãos dela, e lá os dedos se entrelaçam.
Roberta se sente vulnerável e não reage. Diego aproxima seus lábios e ela o sente como tantas vezes sentiu.
-Você pode ir... -Ele diz ainda sério mas com os olhos totalmente nos lábios dela.
Agora é Roberta que não se mexe, não fala. A boca está um pouco aberta e respira ofegante.
-Eu sei que você me ama, só não sei porque você não quer me amar.
-Isso não...
E antes que ela possa dizer qualquer coisa seus lábios grossos são apertados e puxados pelos dele. Num momento em que todos os pensamentos racionais já não existem. E ao soltá-los Diego e Roberta se olham, e percebem que já não há fuga.
Ele leva as mãos e a agarra pela cintura . Eles deixam o beijo fluir impaciente e se sentem trazendo um no outro em um único ritmo . Seus corpos molhados começam a se aquecer sob a água. A pele totalmente colada vibra, fica trêmula. Os movimentos dos braços e das mãos dele são contínuos e ternos. Ele trás as mãos da nuca às costas e sempre volta ao rosto dela, acaricia e deixa que seus braços encostem e a sintam em todo o corpo.
As unhas dela agarradas nos braços dele, no peito... Os beijos ficando cada vez mais longos, mais profundos... E a respiração se fazendo música naquela noite.
Ele a acaricia e a ama... A protege e a toma do resto do mundo.


Presa na parede da piscina e totalmente entregue, a rebelde sente que ele retira seu biquíni laço por laço, e lhe agita os batimentos do coração. Ela levanta o rosto deixando que os beijos dele deslizem da boca ao queixo e onde mais ele quiser.
As pernas de Roberta o envolvem. Diego a firma e sente nas mãos as coxas dela. Eles ficam cada vez mais unidos enquanto a água silenciosa os cobre e os toma. E pelo tempo que se amaram ela foi a única testemunha.
O tempo passa minuto a minuto e vai se fazendo eterno.
Logo em algum canto daquele colégio, longe de tudo e de todos, estavam eles adormecidos. Abraçados e ainda úmidos. Diego deitado com Roberta lhe cobrindo totalmente.
Ele faz um carinho em seu rosto lhe sentindo muito perto... Vai fechando os olhos devagar, captando cada respiração dela. Pegando o gosto e a maciez daquela pele, e levando tudo para o sono. Para poder sonhar enquanto o sol não os possa encontrar.


Aline Stechitti

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