quarta-feira, 3 de julho de 2013

A História de Roberta e Diego 1ª Fase

Capítulo 16
Você não devia ter dito isso...

Todos se olham como se buscassem algo que despertasse dúvida, mas não.... Não havia como duvidar dos amigos. Haveria de ser outra coisa com certeza. Era questão de esperar mais um pouco e tudo se resolveria. O idiota que estivesse por trás disso logo daria as caras por bem ou por mal, dando fim a tanto mistério.

 A sexta-feira chega. Nada mais de bilhetes ou recados. Permaneceu tudo na maior paz o resto da semana. Jonas continuava a vigiar e a manter todos os professores de olho em tudo, para evitar que algo pudesse acontecer.

-E aí? Nós vamos acampar? -Pedro não havia esquecido.
-Ah, isso depende de que tenha alguém que vá com a gente né, você sabe!
-Ah, Diego, isso a gente arruma.
 Tomás entra no quarto e se joga na cama.
-Bora acampar Tomás?
-Tô à fim não Pedro... Sabe, prefiro concreto. Mato não é comigo.
-Qual é Tomás? -Diego incita o amigo. -Vamo lá cara! Vai ser tipo uma aventura! E a gente não vai tá sozinho...
-Ah, claro, terei sua ilustre companhia e a do Pedro!
-Ele tá falando das nossas namoradas, bobão! Quando que podemos ficar com elas assim sozinhos? Aqui no colégio é a maior dificuldade pra escapar e namorar um pouco.
-Hum... -Tomás lembra. -Ah, meu filho, então eu tô dentro.
-Agora, que adulto vai com a gente?
Todos se olham sem ter resposta para a pergunta de Pedro. Um fim de semana, só os três casais acampando juntos, seria perfeito. Seria um fim de semana em que tudo poderia acontecer.


 Na manhã de sábado, todos voltam para suas casas. Os pais concordam em deixar os filhos irem com a supervisão de um adulto que eles aprovem. Entre uma conversa e outra por telefone, Beth e Franco pensam em Vicente.
-Você acha Beth?
-Claro, ele é muito responsável. Eu acredito que seja a melhor escolha.
-Agora é torcer para que ele aceite.
-Deixa que eu falo com ele.
-Ok. Eu espero sua resposta. Essas meninas pensam que podem fazer o que quiser. Eu não deixaria, mas...
-Já sei. A Eva. -Beth sabe que a cantora é bem mais cuca fresca.
 Ao se despedir de Franco, a mãe de Pedro decide ir ver Vicente no loft para apresentar a ideia que tiveram.
-Não, de jeito nenhum. Me desculpe, mas eu não posso... eu... -Vicente fica totalmente perdido.
-Mas Vicente...
-É muito responsabilidade Beth!
-Eu sei!
-E eles são seis!
-É, eu sei...
-E adolescentes!
-O que eu não te disse é que...
-E adolescentes que namoram!
-O Franco vai pagar um mês do seu salário! -Beth solta essa como última esperança.
 Vicente para e fica sem piscar o olho.
-A que horas eu tenho que estar lá?

Beth sorri e começa um longo papo com o professor. Coisa que mãe faz porque é impossível sentir segurança. Por mais responsabilidade que a pessoa tenha, nunca é suficiente para convencer uma mãe.

-Você tá com medo?
-Não...
 Roberta ouve o coração de Diego bater. Ele a tem dentro dos braços esticada sobre o peito. O quarto dela está quieto.
-Você sabe que não precisa fazer isso né?
-Fazer o que? -Ela levanta os olhos para vê-lo.
-Não precisa fazer pose.
-Ah, então eu faço pose é? -Ela sorri.
-Espertinha... -Ele lhe dá um selinho demorado e tendo o rosto dela ainda dentro das mãos termina a frase:
-Você fugiu da resposta.
-Eu tô. -Ela se encolhe e ele a abraça forte.
-Eu vou cuidar de você. Essa pose de durona não funciona comigo. Eu sinto o que você sente.
 Roberta levanta do abraço o olhando com jeito travesso e curioso.
-Como, você me sente?
-Sua respiração muda quando está nervosa ou ansiosa. -Diego passa as mãos no rosto de Roberta, levando os cabelos dela para trás dos ombros. -Seus olhos se transformam quando estamos sozinhos...
 Roberta sorri abaixando os olhos e sorrindo, mas logo os ergue.
-Você não devia ter dito isso...
-Porque? -Ele observa o jeito como ela faz rodeios.
-É porque... Me deu muita vontade de te beijar...
-É? ... Ele se aproxima provocante.
-Hã-rã...Agora....
 Roberta cai sobre Diego e ele a vira sobre a cama. O beijo aquece o espírito conforme as mãos descem e sobem pelos braços chegando a cintura. A casa de Eva em sua paz, em plena manhã, é um brinquedo bom.
 A rebelde segura o rosto do namorado, como se pudesse controlar os movimentos e o peso da boca sobre a dela. A sensação é de que os pelos do corpo começam a se erguer em um arrepio ligeiro. O beijo fica mais rápido e mais lento, mais profundo e mais suave, em um ritmo contínuo do qual não parecem se cansar.
 Ela o tem sobre o corpo. Os móveis são as únicas testemunhas de seu total esquecimento de hora e local. Deles somente partia uma vontade que não escolhe nada, somente acontece.

 -Mas o que é isso? -Franco os surpreende.

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